top of page

POESIAS

Nesta página você pode apreciar um pouco de arte.

Poesias que pessoas com AH/SD gentilmente partilham conosco.

Presente 

Vai-se o tempo
se quiser que viva agora
Pois incertas são todas as coisas
que ainda não se tornaram presente
E para saber que tipo de presente,
se de gregos ou de Atenas,
Só quando desfizer a fita
e abrir o pacote
então descobrirá
se de bom gosto e merecido
ou se mais um trote
que deixou a vida te dar

Jaqueline Câmara tem 31 anos (2020)

é assistente administrativa e mora em Brasília/DF

contato da autora: http://blogcamarasecreta.blogspot.com/

Retrato

Existe uma coisa em nós dois
Uma coisa que brilha
Uma coisa que encanta
Uma coisa que maravilha
O olhar que nos alcança

Uma coisa teimosa
Uma coisa pequena
E também grandiosa
Que não cabe no poema

Uma coisa que alegra
Uma coisa que atrai
Uma coisa que afaga
E espanta os ais

Existe uma coisa em nós dois
Para uns é paixão
Para outros é arte
Uns chamam de amor
Eu chamo de Ágape.

Luciano Santa Brígida tem 32 anos (2020)

é analista de segurança da informação e mora em Brasília/DF

contato do autor: https://www.linkedin.com/in/lucianosb

Efemérides

Em cada noite em que me sombreava,

via no breu da minha alma as caudas de cometa que caíam festivas.

Os gêmeos sacerdotes apontavam para meu céu fazendo pedidos de coragem e loucura boa.

A lama aos poucos abria espaço para a juba leonina que surgia no espaço.

Eu buscava entender aquele movimento diante dos meus olhos,

mas como um deus inconsequente esculpi com minha lama esculturas que eram tão efêmeras que nem me atrevi a olhá-las duas vezes.

Meus cabelos serpenteando meu corpo ganhavam da Lua seus quase rugidos,

e eu em minha quase coragem quase rugia uma canção.

Foi quando nas pinças do caranguejo encontrei meu corpo tremendo de medo. Saudei com reverência aquelas células que foram agrupadas animicamente e que chamo de “meu corpo”.

Depois disso, criei rugidos elétricos por todo o céu.

Raios, trovões, descargas elétricas.

E entendi que um cometa nunca cai.

Somos Terra, mas não somos chão.

Somos mais uma estrela errante daquelas que também caem de um outro lugar. Dizem que preciso “cair em mim”

mas como posso cair se não sei de qual ponto do espaço vim?

Cair implica um fim. Fim de que? De mim?

Nem quando morrer terei fim.

Átomos vão e vem, serei apenas outra coisa que não eu.

E eu estarei contida não no fim, mas no começo.

Alguns olhos me verão caindo, outros subindo.

Sou todas as esculturas efêmeras feitas da lama e

os encontros elétricos da Terra e Céu.

Se eu cair em mim serei como um falso fim,

e não há mais tempo para isso em mim.

Jocelise Souza Santos tem 28 anos (2020)

é psicóloga e está de passagem em algum lugar do planeta Terra (neste momento)

Amor ao próximo

Ai que bom seria se algum dia o mundo aprendesse a amar…
Amar acima de qualquer defeito mesmo que o sujeito seja um pobre imperfeito e nem mesmo saiba falar…
Pessoas são assim mesmo,

julgam sem ter direito formam conceito só pelo modo de andar…
Camisa toda rasgada, dormindo na calçada,

passa por perto mas nem tem coragem de olhar…
Talvez um parente distante,

um pai ou homem importante que se afastou de seu lar…
Aparência é um erro iminente,

nos faz se perder no presente com olhar exigente deixamos de amar…
O mundo ainda tem jeito minha gente,

seguir um caminho decente, ajudar ser valente sem mesmo pensar…
Se quer um conselho importante,

seja forte o bastante,

não seja arrogante alegre a vida,

pois ódio só trás a desordem te afasta de amigos que possam chegar

e mais importante de tudo nunca tenha medo do seu próximo amar

Sidnei Donizetti Pinheiro Alves tem 30 anos (2020)

é pedreiro e mora em Londrina/PR

 

Passeio Gramatical

 

Apresento-lhes a Língua Portuguesa: minha língua materna.

Herdada de pai, mãe, avós e tantos outros que me rodeiam...

Direto da península ibérica, língua de procedência externa.

Brasil de índios, negros, portugueses, italianos, holandeses...

Miscigenação de povos, culturas, empréstimos linguísticos,

O Abecedário, de Portugal, abrasileirado, se manteve...

 

Língua amada, desde tenra idade, é apreendida;

dizem os estrangeiros ser muito difícil aprendê-la;

intrínseca ao meu pensamento, é mais que querida.

Instrumento responsável por meu conhecimento de mundo:

ouço, internalizo, reproduzo, escrevo, dito, crio, falo, canto, grito...

Tudo faz parte de um mecanismo interno por demais profundo.

 

Sem esta língua interna não poderia me expressar;

seria um mundo à parte, nada entraria, nada sairia.

É esta língua que me possibilita agora, refletir e pensar.

 

Pois então é nessa língua que agora vou me deter.

No Brasil brasileiro que fala Português, que não é de Portugal.

Ela me dá tanta segurança que outras línguas posso aprender.

 

A Língua Portuguesa tem dez classes gramaticais:

substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo;

são estas as palavras variáveis, em gênero e número. E quais mais?

 

Faltam quatro ainda e digo quais são:

advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

Estas são as invariáveis, elas não mudam não!

 

Adoro ir ao dicionário para conhecer sinônimos,

fazer jogo com as palavras, facilitar ou dificultar...

Palavras em bando é coletivo e as inimigas, são os antônimos!

 

Masculino ou feminino, para isto existe o artigo;

para dizer se é bom ou mau, feio ou bonito,

não seja bobo, use e abuse do adjetivo.

 

Sem o Português, o que seria da Matemática?

Pois bem, os numerais são escritos assim: um, dois, três; tem o dobro e triplo;

faça muita conta: adiciona, divida, subtraia e multiplica!

 

Pronome é a palavra que substitui ou modifica o nome.

Tem pronome pessoal, os retos e os oblíquos:

Ele, elas... para “gente fina”, de Tratamento, é o pronome.

 

O mais difícil é o verbo: estudar, fazer o dever, sem dormir.

Tem as pessoas do singular – eu, tu, ela – e do plural – nós, vós, eles,

Tem os modos, os tempos e as conjugações -AR, -ER e -IR...

 

Agora vou escrever sobre o tempo e o espaço,

para isso eu preciso do advérbio: sim, não, talvez, quando...

Certamente é muita coisa. O que é que eu faço?

 

E sobre preposição, conjunção e interjeição: tão essenciais!

Ah! Com certeza, sem elas esses versos não seriam reais.

Estão em toda parte, ligando, juntando, conectando... e muito mais.

 

Agora digo adeus, declarando meu amor pelas palavras.

Cecília destacou a estranha potência delas: são como borboletas, morcegos...

Pablo Neruda também as amava e sobre elas declamava

 

Língua! Idioma! Palavra! Sua existência me fascina demais.

Português, a primeira; quero aprender outras, a segunda, a terceira...

Mas aí já é outra história, senão este poema não acaba mais!

André Coneglian tem 39 anos (2020)

é pedagogo e mora em Londrina/PR

 

logo.png
logo.png
logo.png
logo.png
bottom of page